Solene olhar desperto, talho do meu rosto assim tão cedo
exposto,
E descoberto, solene olhar sofrível na minha mais íntima
intenção,
jovem aspiração poética, numa noite sombria de tessitura
cética,
uma sombra ou assombração, assim estranha, imóvel no
contorno
da porta infiel, revirava as minhas entranhas,
desconjuntando a minha fé,
onde até os anjos eram ateus, e sonhos não eram meus, pois
eu vi nos
teus olhos turbulenta aparição, uma névoa indecifrável de
atípica serração,
Quanto fizeste da minha humilde criação, uma página a mais
em branco
nos tantos rostos inescrutáveis fugidos de mim aos prantos,
apavorados
com os meus silêncios aflitivos, incomodados com os meus
encantos esquistos, os estranhos modos de uma reversa misantropia, quando sofremos
por ver demais, demasiadamente humanos olhos fingidores de uma escusável miopia
para assim poder não ver o óbvio tão notável do todo que nos cerca enquanto
uma cerca se fez em mim, nessa noite tardia de estrelas
ardentes no céu, eu dormia e sonhava com a tua promessa, ainda morna na luz de
teus olhos
quentes, cujo brilho refletia as palavras que há tanto tempo
minha Alma não ouvia, repousando em efêmero terreno, ela em paz se debatia...
E surda não ouvia as palavras meigas que o silêncio lhe
trazia, através
Do brilho desse olhar que tanto me fugia, mas me fazia
falar, sobre o
Ímpeto da vida, uma vontade renascida em tal alma ressurgida
quando
Assim sem mais nem menos, nessa noite aparecida de celeste
voz ungida
Senti as mãos retorcidas e o peito de dor fremia, enquanto
teu rosto
Aquarelado no espelho sem retrato, desfigurado pelo
esquecimento da
Moldura, o meu nome me dizia, cada sílaba de sua
nomenclatura tua sóbria
Voz me repetia, e eu sem saber se era memória ou loucura, no
silêncio declamante me afligia, agitado em sobressalto sobre um encanto cuja
magia inefável do etéreo inexpressável sentido, chegava sentir o ser apavorante
pairando como um cisne negro dominante invasor do meu espelho, e ele sorria
enquanto dizia as palavras que há tanto minha alma não ouvia, e eu não sabia se
era plexo lunar do acúmulo de sonhos mal dormidos, ou pura psicopatia, delírio
sóbrio,inexplicável psicologia, simplesmente não sabia de fato o que ali
acontecia, aquelas belas palavras que ouvia...
nao sabia , nao sabia nada desse mundo tão concreto, de
tijolos tão incertos,
onde os muro nos abraçam sem consentimento e nao pedem para
crescer, onde
as árvores que nos cercam de olhares assim tão verde, não
avisam sobre os dias que lhes restam, sobre as folhas que ainda tem, nem quando
irão morrer, se com frutos ou sementes, se com serras ou com dentes....e como
tudo que nos toca, como toda dissipável solidão que nos envolve desaparecem sem
dizer adeus, somem assim sem perceber que percebemos, e sentimos no desespero
de cada folha desaparecida, a dor do desaparecimento,
e o milagre eterno suspirante desse delírio angustiante ,
dessa força chamada
Vida, oh Vida minha do peito desaguado, volte para ser
cumprida, alma tão
sofrida, pare e escute o silêncio e as palavra que há tanto
tempo tua alma
não ouvia....
somente se aturdia com um coro espectral, mas agora, o que
vivia? ou voz real e tangível cujo timbre em sustenido suspendia meu esqueleto
ao ar nubente, sendo noite ou sendo dia, pois o tempo assim sumia, ou
fantasmagórica alegoria, solitário no meu mundo sozinho enlouquecia com tão
atroz fantasmagoria, quando a voz me repetia, e insistia, a inconfundível voz
menina, o meu nome em silencio dizia, e as palavras que ha tanto essa minha
alma em desencanto não ouvia, nao sentia
como um planta num vaso sem decanto, não floria...
Nao vivia, e assim, no silencio absoluto e total ela ficou
imaginando se tudo que viveu, ou que vivia, tinha sido um sonho de amanhecer,
ou somente a voz silenciosa de uma pétala de rosa, morta, sombria e
esquecida....
as palavras que há tanto tempo minha alma não ouvia!!!
FC
LA VISITA
LA VISITA
Belíssimo!!
ResponderExcluir👏✨👏✨👏✨⭐️💋🌹🌹