domingo, 24 de maio de 2015

MÓRBIDA LANGUIDEZ

Minha languidez,
Mórbida sublime languidez,
Pálida profunda,
Lívida insensatez,
Os colírios dos teus olhos
Sobre os meus perdidos
Sobressaltados colos
Dobradas colunas vertebrais
Apoio medular do meu
Mundo, quando encolho
Sozinho sem retorno
Ao meu destino
Pequenino lar....

Dos cortes que me fez,
Navalha sem contorno
Uma , duas
Três...tudo de novo
Vive-se num sobressalto
Uma vida inteira
Tudo isso outra vez,
Mórbida sublime
Languidez...

Quando apago as linhas
Que me entrego
Tênue e vago
As linhas em que me entorno
Vago e cego
Em que me cerco
Mórbida embriaguez
Mudo e cada vez mais perto
Dessa lânguida fria
Pálida Invalidez

Voz tímida tumular...
Os beijos de mármore
No silêncio de uma paz
Branca, morta no
Alpino cumular, a paz
De uma grama que sobre
Nós ainda não cresce
Alva e pura insensatez
Mórbida languidez
Em teus beijos
Calmos e marítimos
Os sonhos míticos
De um eco e uma voz
Que nos ressoa a rígida
Eterna palidez...

Teus olhos no fim do túnel
Onde somente o espelho,
Pela última e derradeira vez
Refletirá a face
Sem ninguém
Quando cantará assim solene
Minha mórbida
Sublime...

Imperturbável Languidez

FC



                                                  IL FERETRO DELLA VANITÀ

Um comentário:

  1. Lindo....fotografia perfeita de um momento amargo...não existe nada no mundo que seja imperturbavel...vamos perturbar essa languidez..basta vc continuar inspirado com teu talento,e muita transpiração...sic Einstein

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