domingo, 17 de maio de 2015

BOLEROS INTERMINÁVEIS

Qual era o segredo dos olhos intermináveis? O infinito morava ali dentro, e se poderia do mundo guardar um pedaço do que chamam felicidade. Teus olhos se chamariam Pandora, e só se piscariam para mim...assim eu manteria para sempre toda a esperança de estar para sempre ao teu lado!



As paredes eram intermináveis, invisíveis entre nós, as pequenas cidades, os muros altos e os castelos impenetráveis... todos conquistados! Mozart, Puccini e Pollock... Servidos no almoço, no lanche da tarde e no jantar... dobradinha de Verdi, para aqueles que gostam de arrotar champanhe comendo os restos de caviar...  não, para nós somente as garrafas bastavam, e eram tantas, também intermináveis....! mais longas do que as calçadas, mais cheias do que as banheiras, mais caras do que os sorrisos que vinham de graça, a toda hora, como bolhas de sabão explodindo nas águas quentes da tal banheira e sua temível solidão de pedra... sim, ali seria um túmulo se sozinho estivéssemos, e certa vez ali um túmulo foi, de pedra, com lápide de mármore escrita em sangue... e certa vez tudo isso aconteceu remotamente, como um conto de fadas onde a floresta também mostrou seu lado escuro, ou achávamos que viveríamos somente nos tijolos brancos dos castelos de cristal, sem se deparar com nenhuma assombrosa criatura crepuscular? Ou achávamos que iríamos brincar com a violência dos instintos mais primitivos da pré histórica humanidade, sem ao menos nel mezzo del cammin del nostra storia com um  tigre dente de sabre se deparar?



Foi sonho ou foi loucura,
Doce de mel ou lua de fel
Doença morte ou cura
Riscos da unha na janela
Ou feras soltas fora da cela

O que foi meu amor
Um dorme com Deus
Ou um boa noite
Cinderela?

Fala!!
Pelo amor de
Deus,,, grita,
Explode,
Mas não cala
E não
Demita
Sem justa causa
Quem foi
Eternamente
Teu

Assim,
Como uma dama
E um vagabundo
Nas noites
Mudas
De Orfeu

Fala, eu exijo,
por tudo que 
Deus nos deu
pelas Luas 
e pelos Sóis
eu demando 
o que é meu


As tuas lágrimas 
de Adeus


Não,
E não fui eu
Eu não olhei para
Trás
Eu não lhe trouxe
Para o inferno
Eu não sou
O anjo
Diabólico
Que comeu
As pétalas
De um Amor
Nascente
Num canteiro
Que era
Meu...

As doses e os excessos
E os dias em que se
Viveu

Foi tudo isso e nada mais

Somente um bolero romântico
Nas asas de um furacão

Talvez pela física quântica,
Algo ali não muito se amansa
Difícil ficar de pé, no lombo de 
um vendaval,,, com o tempo
a medula cansa!

Escolhe então tu, meu amor,
Na próxima vez
Uma melhor pista
De dança


FC







                                                       LA FINESTRA INVISIBILE 






2 comentários:

  1. se as lembranças boas ou más te inspiram , ja valeu ter passado e ver o resultado nas tuas linhas ... uma linda despedida

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